terça-feira, 15 de julho de 2008

El arte de callar


Muchas veces basta una mirada.
Una mirada sostenida.
Tus ojos sobre los ojos del otro.
Adivinar el significado de los brillos.
Leer el futuro inmediato más allá de la pupila.
Quieres decir muchas cosas, pero aguántate las ganas
Aprieta los labios.
Permite que las ideas circulen
sin que salgan al exterior.
Alarga el espacio entre las preguntas y las respuestas.
Deja que los músculos se dibujen en el rostro.
Espera una señal de alerta.
Mantén la respiración.
Piensa que el otro también piensa.
Analiza. Espera
La economía de las palabras:
Una virtud que no es exclusiva de las monjas de clausura.
Un juego que practican los que saben hacerse los locos.
Los que entienden que no todos los interrogantes necesitan una respuesta
Que la solución no siempre llega al abrir la boca.
Por qué decirlo todo?
Por qué no conservar en el interior una dosis de lo que se piensa?
Por qué no convertir en secreto algunas de las ideas que hacen su aparición sin previo aviso, al menos con la ilusión de que el tiempo las madure y las transforme en ideas más duraderas?
Por qué no entender, de una vez, que la palabra jamás logrará ser tan rápida como el cerebro?
Y que no todo lo que cruza por la mente puede convertirse en palabras?
Entender que también se puede hablar con el gesto.
Que… el silencio a veces grita.
Se guarda silencio en los hospitales, en las salas de velatorios,
en los actos solemnes…
Se guarda silencio por pudor, por respeto, por dolor...
Se guarda silencio por el dolor que es incapaz de convertirse en llanto.
Silencio cuando el llanto se agota, y agota al que llora..
Habría que aprender a callar
sin otro motivo que la propia voluntad.
Callar para escuchar.
Callar para mirar.
Callar para aprender.
Callar para callar.
Callar, para convertir el silencio en un cómplice.
Para saber si el eco existe.
Callar, porque no todo lo que nos conviene escuchar nos lo dicen al oído, con la intimidad de una confesión, con el volumen de un grito, con el acento de las grandes revelaciones.
Callar, para comprender que el silencio es el antifaz
de los sonidos más hermosos…
Manejar el silencio es más difícil que manejar la palabra.

Clemenceau

Difícil ser Transparente


Às vezes, fico me perguntando porque é tão difícil ser transparente?
Costumamos acreditar que ser transparente é simplesmente ser sincero, não enganar os outros.
Mas ser transparente é muito mais do que isso.
É ter coragem de se expor, de ser frágil, de chorar, de falar do que a gente sente...
Ser transparente é desnudar a alma, é deixar cair as máscaras, baixar as armas, destruir os imensos e grossos muros que nos empenhamos tanto para levantar...
Ser transparente é permitir que toda a nossa doçura aflore, desabroche, transborde!
Mas infelizmente, quase sempre,a maioria de nós decide não correr esse risco.
Preferimos a dureza da razão à leveza que exporia toda a fragilidade humana.
Preferimos o nó na garganta às lágrimas que brotam do mais profundo de nosso ser...
Preferimos nos perder numa busca insana por respostas imediatas à simplesmente nos entregar e admitir que não sabemos, que temos medo!
Por mais doloroso que seja ter de construir uma máscara que nos distancia cada vez mais de quem realmente somos, preferimos assim: manter uma imagem que nos dê a sensação de proteção...
E assim, vamos nos afogando mais e mais em falsas palavras, em falsas atitudes, em falsos sentimentos.
Não porque sejamos pessoas mentirosas, mas apenas porque nos perdemos de nós mesmos e já não sabemos onde está nossa brandura, nosso amor mais intenso e não-contaminado.
Com o passar dos anos, um vazio frio e escuro nos faz perceber que já não sabemos dar e nem pedir o que de mais precioso temos a compartilhar, doçura, compaixão... a compreensão de que todos nós sofremos,nos sentimos sós, imensamente tristes e choramos baixinho antes de dormir, num silêncio que nos remete a uma saudade desesperada de nós mesmos... daquilo que pulsa e grita dentro de nós,mas que não temos coragem de mostrar àqueles que mais amamos!
Porque, infelizmente, aprendemos que é melhor revidar, descontar, agredir, acusar,criticar e julgar do que simplesmente dizer:
“Você está me machucando... pode parar, por favor?".
Porque aprendemos que dizer isso é ser fraco, é ser bobo, é ser menos do que o outro.
Quando, na verdade, se agíssemos com o coração, poderíamos evitar tanta dor, tanta dor...
Sugiro que deixemos explodir toda a nossa doçura!
Que consigamos não prender o choro, não conter a gargalhada, não esconder tanto o nosso medo,não desejar parecer tão invencível
Que consigamos não tentar controlar tanto, responder tanto, competir tanto, que consigamos docemente viver, sentir, amar...
E que você seja não só razão, mas também coração, não só um escudo, mas também sentimento.
Seja transparente,apesar de todo o risco que isso possa significar.

Rosana Braga

Tênis e Frescobol



'Depois de muito meditar sobre o assunto concluí que os casamentos (relacionamentos) são de dois tipos: há os casamentos do tipo 'tênis' e há os casamentos do tipo 'frescobol'.

Os casamentos do tipo tênis são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam sempre mal. Os casamentos do tipo frescobol são uma fonte de alegria e têm a chance de ter vida longa. Explico-me.

Para começar, uma afirmação de Nietzche, com a qual concordo inteiramente. Dizia ele: 'Ao pensar sobre a possibilidade do casamento, cada um deveria se fazer a seguinte pergunta: Você crê que seria capaz de conversar com prazer com esta pessoa até sua velhice?'. Tudo o mais no casamento é transitório, mas as relações que desafiam o tempo são aquelas construídas sobre a arte de conversar.

Scherazade sabia disso. Sabia que os casamentos baseados nos prazeres da cama são sempre decapitados pela manhã, e terminam em separação, pois os prazeres do sexo se esgotam rapidamente: terminam na morte, como no filme O Império dos Sentidos. Por isso, quando o sexo já estava morto na cama, e o amor não mais se podia dizer através dele, ela o ressuscitava pela magia da palavra: começava uma longa conversa sem fim, que deveria durar mil e uma noites. O sultão se calava e escutava as suas palavras como se fossem música.

A música dos sons ou da palavra é a sexualidade sob a forma da eternidade: é o amor que ressuscita sempre, depois de morrer. Há os carinhos que se fazem com o corpo e há os carinhos que se fazem com as palavras. E, contrariamente ao que pensam os amantes inexperientes, fazer carinho com as palavras não é ficar repetindo o tempo todo: 'Eu te amo...'. Barthes advertia: 'Passada a primeira confissão, 'eu te amo' não quer dizer mais nada'. É na conversa que o nosso verdadeiro corpo se mostra, não em sua nudez anatômica, mas em sua nudez poética. Recordo a sabedoria de Adélia Prado: 'Erótica é a alma'.

O tênis é um jogo feroz. O seu objetivo é derrotar o adversário. E a sua derrota se revela no seu erro: o outro foi incapaz de devolver a bola. Joga-se tênis para fazer o outro errar. O bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu adversário, e é justamente para aí que ele vai dirigir sua cortada - palavra muito sugestiva - que indica o seu objetivo sádico, que é o de cortar, interromper, derrotar. O prazer do tênis se encontra, portanto, justamente no momento em que o jogo não pode mais continuar porque o adversário foi colocado fora de jogo. Termina sempre com a alegria de um e a tristeza de outro.

O frescobol se parece muito com o tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que, para o jogo ser bom, é preciso que nenhum dos dois perca. Se a bola veio meio torta, a gente sabe que não foi de propósito e faz o maior esforço do mundo para devolvê-la gostosa, no lugar certo, para que o outro possa pegá-la. Não existe adversário porque não há ninguém a ser derrotado. Aqui ou os dois ganham ou ninguém ganha. E ninguém fica feliz quando o outro erra - pois o que se deseja é que ninguém erre. O erro de um, no frescobol, é como ejaculação precoce: um acidente lamentável que não deveria ter acontecido, pois o gostoso mesmo é aquele ir e vir, ir e vir, ir e vir... E o que errou pede desculpas, e o que provocou o erro se sente culpado. Mas não tem importância: começa-se de novo este delicioso jogo em que ninguém marca pontos... A bola são nossas fantasias, irrealidades, sonhos sob a forma de palavras.

Conversar é ficar batendo sonho pra lá, sonho pra cá... Mas há casais que jogam com os sonhos como se jogassem tênis. Ficam à espera do momento certo para a cortada. Tênis é assim: recebe-se o sonho do outro para destruí-lo, arrebentá-lo, como bolha de sabão... O que se busca é ter razão, e o que se ganha é o distanciamento. Aqui, quem ganha sempre perde.

Já no frescobol é diferente: o sonho do outro é um brinquedo que deve ser preservado, pois se sabe que, se é sonho, é coisa delicada, do coração. O bom ouvinte é aquele que, ao falar, abre espaços para que as bolhas de sabão do outro voem livres. Bola vai, bola vem - cresce o amor... Ninguém ganha, para que os dois ganhem. E se deseja então que o outro viva sempre, eternamente, para que o jogo nunca tenha fim...'

Rubem Alves, Escritor, Psicanalista, Doutor em Filosofia e Educador.

Acredito nas Pessoas



Especialmente naquelas em que habita algo mais que a humanidade. Aquelas que, às vezes, a gente confunde com anjos ou outras entidades divinas...

Falo daquelas pessoas que existem em nossas vidas, que enchem nosso espaço com pequenas alegrias e grandes atitudes...

Daquelas que olham nos olhos quando precisam ser verdadeiras, que tecem elogios, que agradecem e pedem desculpas, com a mesma simplicidade de uma criança...

Pessoas que não precisam fazer jogos para conseguir o que buscam, porque seus desejos são realizados por suas ações e reações, não por seus caprichos...

Pessoas que fazem o bem e se
protegem do mal, apenas com um sorriso,
uma palavra, um beijo, um abraço, uma oração...

Pessoas que atravessam as ruas, sem medo da luz que existe nelas, caminham
firmes e levantam a cabeça em momentos de completo desespero...

Pessoas que erram mais do que acertam, aprendem mais do que ensinam e vivem mais do que sonham...

Pessoas que cuidam do seu corpo, porque este as acompanhará até o fim. Não ficam julgando gordos ou magros, negros ou brancos...

Pessoas, simplesmente pessoas, que nem sempre têm certeza de tudo, mas acreditam sempre. Transparentes, amigas, espontâneas, até mesmo ingênuas...

Prefiro acreditar em relacionamentos baseados em confiança, serenidade,
humildade e sinceridade...

Prefiro acreditar naqueles encontros, que nos transmitem paz e, acima de tudo, gratidão...

Prefiro acreditar em homens e mulheres, que reverenciam a vida com a mesma intensidade de um grande amor...

Que passam pela Terra e deixam suas marcas, suas lembranças, que deixam saudades e não apenas rastros...

Homens e mulheres que habitam o perfeito universo e a perfeita ordem nele existente...

Homens e mulheres de alma limpa
e puros de coração.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

PROFECIA CELESTINA

Este é um livro obrigatório para todos os interessados em esoterismo. Acredito que muitos aqui o leram ou já ouviram falar dele, mas quero garantir que todos o conheçam, porque o conteúdo dele é riquíssimo (bem mais que suas continuações) e sempre será atual. É por isso que pedi a uma admiradora do livro que fizesse um post sobre ele (já que eu não tenho memória mesmo), que inclusive virou um filme.


PROFECIA CELESTINA

Acid pediu para que eu escrevesse um post sobre o formidável livro de James Redfield, A Profecia Celestina, talvez porque eu tenha dito a ele que este livro MUDOU minha vida. Sim, em 1994, na tarde de um domingo, ao terminar a leitura iniciada no sábado, senti-me uma nova pessoa. É como se nada daquilo fosse novo, como se já trouxesse aqueles conhecimentos dentro de mim e, à medida que ia lendo, corroborava certas concepções.
Para aquelas pessoas com um certo conhecimento esotérico, com muitos "livros nas costas", talvez este tenha sido apenas mais um, todavia, àquelas curiosas, cujas mentes estão começando a desabrochar para este tema, o livro é um achado! Imaginem quantas pessoas estiveram, à mesma época, unidas, interagindo, em virtude das informações postas à luz? Quantas ampliaram seus horizontes e mudaram a forma de agir, passando a fazer a diferença no meio em que vivem.
Não, não vou falar nada da estória do livro, mas, pensei em relatar as principais idéias, dispostas pelo autor ao longo de nove visões. Para quem ainda não leu este best-seller, vale a pena comprá-lo na livraria mais próxima!
Na primeira visão temos a consciência de que não há coincidências. Somos chamados a prestar atenção a tudo o que acontece, todas as sincronicidades. Quantas vezes já não exclamamos: "Que coincidência!" ? É como se estivéssemos em determinada sintonia e, nela, ouvíssemos tudo o que estivesse tocando. Não necessariamente com os ouvidos. Parece que quanto mais tempo sintonizados, mais forte é a música que escutamos, mais freqüentes se tornam as sincronicidades.
"Ao nos conscientizarmos da coincidência estamos nos sintonizando com o mistério do princípio fundamental da ordem no universo"
A segunda visão é como que um prolongamento da primeira. Observamo-nos dentro de um contexto histórico, as coincidências querem nos mostrar algo.
"A Segunda visão é a consciência de que nossa percepção das misteriosas coincidências da vida é uma ocorrência histórica significativa"
O Universo é pura energia. A Terceira Visão nos passa a idéia de que tudo é energia e nós somos co-criadores, mediante nossos pensamentos, dessa energia. Ensina que, ao admirarmos a beleza, seja na natureza ou pessoas, ao nos esforçamos para ver o belo em tudo, elevamos nossa energia, como se a consciência da energia a fizesse aumentar.
"Quando nos transferimos para uma vibração mais alta, as mensagens tendem a chegar mais rapidamente. Quando usamos nossos dons e habilidades com a intenção correta, as coisas vêm até nós"
A Quarta Visão trata da competição que há entre nós, pela energia, mesmo inconscientemente. "A Quarta Visão é a consciência de que os seres humanos, com freqüência, rompem sua ligação interior com essa energia mística. Em decorrência disto, temos tido a tendência de nos sentirmos fracos e inseguros, e com freqüência procuramos nos reerguer sugando a energia de outros seres humanos".
"A Quinta Visão é a experiência da ligação interior com a energia divina, e como ela expande nossa perspectiva de vida"
A Sexta Visão retrata os dramas de controle, ou seja, as artimanhas que podem ser usadas para adquirir energia de outrem. Há o intimidador, o distante, o interrogador e o coitadinho de mim (vítima). São posturas adotadas pelas pessoas, predominando, geralmente, uma dessas sobre as demais. Esses dramas de controle se baseiam no medo - que é energia negativa - e, quando nos conscientizamos do nosso, temos a chance de transformá-lo, combatê-lo, fortalecendo a nossa ligação com a energia interior.
"A Sétima Visão é a conscientização de que as coincidências têm nos conduzido o tempo todo à realização da nossa missão e à busca da nossa questão vital básica". Devemos entrar na corrente, fazendo o que gostamos, seguindo a intuição.
"A Oitava Visão é a consciência de que a maior parte das sincronicidades tem lugar através das mensagens que nos são trazidas por outras pessoas e que uma nova ética espiritual com relação ao semelhante estimula essa sincronicidade".
"A Nona Visão é a consciência de como a evolução se dará se vivermos as outras visões. (...) À medida que a evolução prosseguir, o crescimento sincronístico elevará nossas vibrações ao ponto em que penetraremos na dimensão da vida após a morte, fundindo essa dimensão com a nossa e encerrando o ciclo nascimento/morte".
A repercussão de A Profecia Celestina demonstra como um maior número de pessoas está buscando uma maneira de evoluir, com a intenção de melhorar-se para ajudar o mundo a progredir.
É um livro ótimo, principalmente se após a sua leitura esforçamo-nos para colocar em prática cada ensinamento, cada lição. Acredito que seja esse esforço individual e, ao mesmo tempo, coletivo, que está ajudando na transformação do mundo, especialmente nesses últimos anos.

Saindo do Matrix - http://www.saindodamatrix.com.br/archives/2004/11/profecia_celest.html

Sonhe

Sonhe aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
Porque você possui apenas uma vida
E nela só se tem uma chance
De fazer aquilo que se quer.
Tenha Felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte
Tristeza para fazê-la humana
E esperança suficiente para fazê-la feliz.
As pessoas mais felizes
Não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
Das oportunidades que aparecem em seus caminhos.
A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem a importância
Das pessoas que passam por suas vidas.
O futuro mais brilhante
É baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
Quando perdoar os erros
E as decepções do passado.
A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
Duram uma eternidade.

(Clarisse Lispector)

"Existe uma linguagem que vai além das palavras."